domingo, 29 de setembro de 2013

O conforto do meu lugar

Já vem chegando o tempo em que os pinheiros vão tombando em todos os lugares. As crianças da aldeia vão fazer guerra para conquistar alguns.
São 6:09 da manhã e escutaremos o riacho do passado rugir. Enquanto isso o padre Lee prepara o sermão a ser proferido aos mansos fiéis na próxima semana.
Ontem encontrei vovó pra baixo das lojas e percebi que ela está muito bem para uma senhora de 84 anos. Ao me ver ela perguntou de novo se algum dia vou consertar seu celeiro. Pobre velha garota, que precisa de uma mão para ajudar a manter as coisas na fazenda.
O conforto desse meu lugar bom e velho jaze nos meus ossos, e é o som mais doce que meus ouvidos jamais conheceram. Nada além de um sentimento deveras antiquado e totalmente maduro. O conforto do meu lugar é como carona em caminhão voltando para casa.
Um pouco abaixo do poço eles tem agora uma nova máquina. O capataz disse que ela faz cortes por quinze homens. Tudo bem, mas isso não é bem algo tão natural, diria o velho Clay. Vocês verão que ele é uma silhueta de um forte cavalo até o dia de sua morte.
Agora vejo o velho e gordo ganso voando entre os galhos. Ouriços são feitos de barros e estão entre os tijolos. Escuto daqui o ranger da cadeira de balanço na varanda. E por toda a extensão do vale caminha o pastor com sua tocha em punho.
São flashes de uma vida confortável, ociosa e interiorana de calmaria.

Texto baseado na canção "Country Comfort" de Elton John,

Um comentário:

Carol Nery disse...

Quando leio algo desse tipo vindo de você, tenho a impressão que você viveu essa vida outrora.
Pode ter até sido baseado em Elton, mas me lembrou muito Dickens!