segunda-feira, 27 de junho de 2016

Três anos da minha reexistência

Não faltava nenhum peça, alguém diria.
Mas estava completamente incompleto.

Aos vinte de oito dias de junho do ano de dois mil e treze eu deixei de ser alguém para ser pai, condição essa que nunca mais deixara de ser condição.

Não dependo mais da vida, mas agora dependem do que faço e vivo. Sou parte complementar e essencial de um indivíduo que nesse momento e desde sempre, não existe sem mim.

Faço parte do privilegiado clube dos que cumpriram com sua maior e mais importante tarefa para com o mundo: aqueles que trouxeram à vida novos homens.

Um adendo polêmico: não existe maior egoísmo que possa vir de um ser humano nascido e saudável do que optar por não gerar filhos, criar filhos e constituir família. Todos (ou quase todos) nasceram assim, deram um trabalho monumental, cansaram seus pais mentalmente e fisicamente para que você pudesse crescer e escolher não fazer a sua parte. Tens a liberdade para tal? Sim, tens. Mas é errado, ruim, péssimo para a conservação da espécie, da vida, das relações e principalmente para com nosso dever com Deus, responsável por nossa existência e privilégio de viver.
Somos feitos para gerar pessoas, a continuidade do homem. Ninguém é bom demais para perder tempo sendo pai ou mãe. Alguém "perdeu tempo" com você e é confortável demais optar não ter filhos como se decidisse não jantar ou não se mudar de cidade. Enfim, cada um tem sua vida e pode cometer seus erros.



Não há um minuto em que eu esteja acordado e tranquilo, plenamente, completamente. A mente me leva a onde estão os nossos, o que fazem, se estão em segurança.
E não há ansiedade melhor.

Não somos absolutamente nada, dizem. Posso concordar, mas quando somos pais conseguimos ser um pouco alguma coisa. Deixamos de acreditar que somos tão importantes e que somos especiais, para perceber que o que vale mesmo é o que plantamos e colhemos. Isso sim é tudo e nos tira do nada.

Hoje fazem três anos que deixei de ser quase nada para ser parte da história do mundo. A maior marca que um homem pode deixar aqui não são mortos em um genocídio nem uma teoria econômica, mas outra vida para fazer, viver, existir.

Agradeço a Deus por tal chance, hoje, multiplicada por dois.
E agradeço pelo Filipe. Meu amor, príncipe do meu império de valores, alicerce das minhas vontades e razão para eu ser quem sou.

Família é tudo, vivo por ela, acordo por ela.
Filipe, parte mais doce do começo, motivo da minha reconstrução diária, filho meu.
Rei...
Coração...
:D

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