
Pequenos passeios nas tardes de meados de semana. Sol quente, ar fervente. Carros se atropelam e se batem pra decidir quem é mais rápido,
melhor e mais macho. Vendedores de caldo de cana, com vários sabores. Meu preferido é o de limão. As barracas de churros ainda não abriram. Se estivesse frio estariam abertas com o doce inserido no centro da crosta crocante. Sorveterias servem sorvetes, daqueles gelados. Pessoas quase nuas e com banhos vencidos fazem filas com suas casquinhas. Águas engarrafadas escoam como bala de troco. Agora os mercados tiram os bebedouros de suas entradas pra poderem vender as garrafinhas no verão. Aumentam as vendas e a insatisfação do cliente fiel. "Hey, havia um bebedouro aqui". - "O gerente mandou tirar, dona". Se fosse inverno, sorveterias teriam menos sorvetes e mais fondues, caldos, sopas. O que está no céu pode dizer o que você quer comer.
Quando chove, a rua fica sem dono. Ninguém quer se exibir, se ostentar. Todo mundo acaba ficando molhado e a propaganda não é a melhor. Pontos de ônibus e marquises furadas se tornam o que existe de mais confortável perante a água que desaba. Os carros seguem interrompendo enxurradas e molhando pedestres que desafiam o asfalto cheio de corrimentos pluviais e pneus escorregadios. É quase uma roleta russa onde ou você molha ou morre. Quem não se importa são os cachorros, que naturalmente cheiram cachorro molhado. Estão em casa.

Seja no calor, no frio ou em Roma. Seja onde for.